domingo, 16 de setembro de 2012

Hoje visitei meu tio, após um longo tempo em coma, posso dizer que ele está ''bem''. O mais triste é ver que, ao se emocionar, ele já não consegue falar nenhuma palavra. Entre resmungos, movimentos lentos e seu olhar vago, deduzimos o que ele quer dizer. Quando consegue dizer algo, é uma pequena frase, mas é o suficiente para dar aquele aperto no coração e sentir saudade daquele velho abraço apertado, e seu sorriso aconchegante que costumava dar quando eu ia visitá-lo. 
O cheiro do vinho vindo do porão, as belas flores do jardim bem cuidado, os quitutes da tia, as velhas histórias do Nono... Agora olho para o balanço parado, apenas o balanço, e mais nada do que tinha antes... Espero um dia ter isso de volta.
O sacrifício corroendo por dentro, a dor de vê-lo naquele estado, tendo que levá-lo para lá e para cá, seu aperto de mão ainda forte, porém, trêmulo, pelo mal de Parkinson, as fotografias de quando estava tudo bem, tudo isso nos faz lembrar dos ''velhos'' tempos que não voltam mais.
Pior que olhar no fundo dos olhos de uma pessoa e não sentir absolutamente nada, é ver que dentro dela não tem um pingo de esperança.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Sinto que, aos poucos, está tudo indo embora. Não desanimo, aliás, tento não desanimar. Percebo que são ciclos, e espero que este esteja acabando. A agonia que bate por não poder ter o que tanto almejo. Mas dizem por aí que, o que demora para chegar, é o que realmente vale.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Aquela sensação estranha de querer chorar, mas não ter lágrimas suficientes para que escorra em minha pele.
A sensação de algo inacabado e, por mais que você acabe tudo ao seu arredor, alguma coisa está faltando, mas você não sabe o quê.
Um vazio no peito que não há nada que consiga acalmar. Mãos geladas, coração ardente.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Hoje vi sua mãe chorando, havia outra professora a consolando... Fiquei parada por alguns segundos, estasiada... os alunos que estavam comigo também ficaram assim. Foi um choque. Queria consolá-la, mas não faria sentido, nem aluna dela eu sou. Seria bizarro, talvez invasor. Só sei que eu quase chorei também, porque imaginei do que se tratava.
Olha, quando você entrou na sala, tinha acabado de se acalmar e enxugado as lágrimas, hun? Seus olhos, no fundo, retratam a tristeza que a cerca. Eu gostaria de poder ajudar, mas como as coisas não são assim, de longe, eu apenas observo.